Nós temos essa mania de embelezar o passado e fantasiar o futuro – às vezes passamos mais tempo neles do que no presente.
Quem nunca se pegou traçando “se’s” sobre acontecimentos, escolhas, relacionamentos…? Ou imaginando como será daqui a 5, 10, 15… 20 anos? A vida é cheia de encontros, desencontros, oportunidades e acasos que traçam o rumo dos acontecimentos, e a esse conjunto de fatores pedemos chamar timing – é esse, na minha opinião, o tema central de Um dia.
Como disse uma vez Robin Scherbatsky em How I Met Your Mother: “It’s all about timing; and timing is a bitch.”
No filme, baseado no best seller homônimo de David Nicholls (também roteirista), vemos um dia de cada ano da vida de Emma e Dexter durante vinte anos, a partir do dia em que se conhecem. Ao longo da narrativa vemos a evolução (ou, algumas vezes, o retrocesso) de cada um deles e como a vida de ambos se distancia e se aproxima novamente.
(Clique aqui para uma resenha mais completa do livro, feita pela amiga que me indicou há algum tempo.)
Muito mais do que um romance, a história é uma reflexão profunda e irônica sobre onde a vida nos leva, onde nossas escolhas nos levam, sobre altos e baixos e sobre sentimentos – aqueles que se transformam e aqueles que permanecem intactos a despeito do tempo.
Já sou fã de carteirinha da Anne Hathaway, que caiu como uma luva no papel de Emma. Mas o Jim Sturgess foi uma surpresa para mim, porque nunca gostei dele. Acho que todos os personagens que ele faz tem um ar exagerado de arrogância, o que caiu muito bem nos primeiros anos do personagem Dexter, mas que ele conseguiu dissipar ao longo do amadurecimento do personagem.
A verdade é que o filme me pegou de jeito. Todos esses encontros e desencontros, as esperanças e inseguranças de Emma, a instabilidade de Dexter e a amizade entre os dois, tudo isso que quando acontece com a gente dizemos parecer “coisa de filme”, aqui assistimos com a sensação de “coisa de vida real”.
Antes mesmo de ver o filme eu havia começado a ler o livro, que dei para a minha irmã de presente de natal. Agora, mesmo depois de assistir, senti muita vontade de terminar de ler, porque a história toda é muito cativante. Com certeza vai te fazer lembrar de alguém, de algum momento que deixou passar sem aproveitar ao máximo. Momentos que nunca, nunca mais voltarão.
Confira abaixo o trailer: